Resumo de História - Alemanha Oriental

A Alemanha Oriental nasceu em meio a polarização política. Quando a Segunda Guerra Mundial acabou, toda a Europa estava passando por problemas financeiros, pois a guerra tinha arrasado com boa parte dos países europeus.

As duas grandes potências, União Soviética e Estados Unidos, eram as únicas capazes de fornecer o apoio financeiro para reconstruir o bloco europeu. O problema era a forma de organização desses países.

A União Soviética acreditava no regime socialista. Ela defendia os trabalhadores e a igualdade social.

Já os Estados Unidos eram uma nação capitalista. Para o governo norte americano, esse sistema representava não só a autonomia financeira mas também a valorização da democracia.

Durante a Segunda Grande Guerra os Aliados formavam um só bloco, pois tinham um único objetivo: acabar com o nazismo. Porém, depois que eles alcançaram esse objetivo, as divergências começaram a surgir.

As duas potências seguiam ideologias diferentes e por isso elas acabaram se dividindo, levando consigo as duas partes do globo:

  • Lado Ocidental – Formado por Europa Ocidental, América do Sul e América Central. Tinha forte influência política, econômica e ideológica dos Estados Unidos e do sistema capitalista.
  • Lado Oriental – Formado por Leste Europeu, Ásia Central e Leste Asiático. Sob a influência cultural, econômica e política dos soviéticos.

O surgimento da Alemanha Oriental

Assim como o resto do mundo, a Alemanha foi repartida entre os dois países. Todos os outros países do grupo que formaram os Aliados, se juntaram aos Estados Unidos no lado ocidental da Alemanha. Sendo assim, a Alemanha Ocidental era administrada por: Estados Unidos, França e Reino Unido.

E a Alemanha Oriental estava sob o domínio da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, ou só União Soviética, uma federação de domínio russo, ao qual faziam parte também a Ucrânia, Azerbaijão, Armênia e a Geórgia.

Na Alemanha Oriental foi constituída a República Democrática Alemã (RDA), tendo como centro político Berlim Oriental. E do lado ocidental foi criada a República Federal da Alemanha (RFA), centralizada em Berlim Ocidental.

As tensões entre esses grupos só se intensificaram. Dois episódios históricos foram marcantes e também decisivos para a história da Alemanha: a construção do Muro de Berlim, uma barreira física que dividia os dois blocos e a Guerra Fria, uma guerra de cunho político e não armada entre Estados Unidos e União Soviética.

Características da Alemanha Oriental

Proclamada em 7 de outubro de 1949, A República Democrática Alemã não era independente. O regime socialista da União Soviética controlava o país, e cada decisão deveria passar por eles. A RDA não tinha autonomia para defender suas escolhas, não era soberana ou independente.

O contexto econômico do pós-guerra era bem difícil. A URSS tinha planejado tornar a Alemanha Oriental um importante centro industrial. Mas aquela era basicamente uma região agrícola. Os únicos recursos naturais abundantes do local eram o carvão de madeira e a potassa cáustica.

Para que o projeto tivesse continuidade, eles começaram a importar as matérias primas de outros lugares.  Mesmo um pouco distante, a Ucrânia (que fazia parte da URSS) e a Polônia começaram a exportar minério de ferro e carvão para a Alemanha Oriental.

Não demorou muito para que grandes empresas siderúrgicas se estabelecessem. Aos poucos a República Democrática Alemã conquistava sua independência.

Nas décadas de 1960-1970 o petróleo e gás importados do norte da Rússia, país com uma das maiores reservas de gás natural do mundo, contribuíram para o aumento e distribuição de energia elétrica.

Algumas revoltas também foram marcantes na Alemanha Oriental, como a Revolta de 1953. Os trabalhadores da construção civil buscavam por melhorias e garantias no trabalho.

Não demorou muito para que manifestações convocando greve geral e instituição da democracia eclodissem.

A população ia às ruas reclamar por direitos e pela liberdade de escolha nas eleições. Mais de 60 mil pessoas entraram em conflito com as forças armadas, atacaram sedes de jornais e incendiaram prédios. Nesse confronto, 50 civis foram mortos e o número de feridos também foi alto.

A repressão que já era violenta, se intensificou. Por conta das manifestações,  mais de 14.000 pessoas foram presas e 20 condenadas à morte.

Mais de dois milhões de pessoas da Alemanha Oriental foram para a Alemanha Ocidental para fugir do sistema socialista e da violência que só se intensificava.

A República Democrática Alemã já estava independente em 1954, mas tropas soviéticas ainda ocupavam a parte oriental, assim como as americanas, que não tinham abandonado os postos das zonas ocupadas no ocidente.  

Mas na madrugada do dia 13 de agosto de 1961, uma barreira foi construída. Com o objetivo de fazer cessar a migração, a URSS construiu o Muro de Berlim. Esse muro tinha 66,5 quilômetros de grades presas umas às outras, 302 torres de observação, 250 pistas de corrida para cães de guarda e 127 redes de metal que podiam dar choque e tinham alarme.

Por ordens do governo, militares tinham que revezar o patrulhamento do muro durante 24 horas. Eles podiam atirar em qualquer um que tentasse pular a cerca. Esse foi um período muito difícil para as pessoas que tinham familiares do outro lado do bloco, já que a comunicação entre eles ficava cada vez mais difícil.

Não demorou muito para que a sociedade civil continuasse a lutar pela liberdade e principalmente pela integração das Alemanhas.

Somente em 1989 que o bloqueio veio abaixo. A queda do muro de Berlim significou também a desintegração do bloco comunista na Europa.

Uma crise na década de 1980 causou vários problemas para o grupo, como falta de mercadorias (eles só faziam comércio com países de mesmo sistema político) e o aumento da dívida externa. A insatisfação da população foi crescendo a cada dia, até que a situação se tornou insustentável.

Além de exigir a integração entre a Alemanha Oriental e Ocidental novamente, a população começou a pressionar pela abertura da fronteira com as nações capitalistas. Esse processo foi concluído no dia 1º de julho de 1991.