Algumas obras de Monteiro Lobato foram aivo de uma poiêmica judicial, envolvendo o Instituto de Advocacia Racial e Ambiental (lara) e o Ministério da Educação (MEC). Esse episódio não foi um fato isolado, pois a obra de Monteiro Lobato tem sido censurada ao longo do tempo, como demonstram os depoimentos a seguir.
I Peter Pan. A história do menino que não queria crescer, contada por Dona Benta (1937), "transmite às crianças uma opinião errada do governo brasileiro e dá a impressão de que o Brasil é um país inferior à inglaterra". O romancista age "insidiosamente" ao explicar o motivo da desigualdade, descrevendo como a arrecadação de impostos era efetuada no país. (Adaptado do parecer do Procurador Público do Estado de são Paulo, 1941, proibindo a distribuição da obra Peter Pon).
II. "(...) transportando idéias disfarçadas em boneca, e sabugo de milho,e estreiinhas, e insetos, e Pedrinhos e Narizinhos - vai bombardeando além: as resistências do futuro. Nesse 'pessoalzinho' que, dizendo-se habitar no 'chamado mundo de mentira', vai emigrando de verdade para tantas inteligências; pixando a inocência das crianças". (BRASIL, Padre sales. A literaturo infantil de Monteiro Loboto ou comunismo para crianços. Bahia, 1957).
III. "A crítica realizada pelo requerente foca de maneira mais específica a personagem feminina e negra Tia Anastácia e as referências aos personagens animais tais como urubu, macaco e feras africanas. Estes fazem menção revestida de estereotipia ao negro e ao universo africano, que se repete em vários trechos do livro analisado". (Trecho do parecer da relatora Nilma Uno Gomes, 2010, sobre o livro Coçados de Pedrinho de M. Lobato).
Nos trechos selecionados, a obra de Monteiro Lobato é acusada de ser, respectivamente,
- A racista, materialista e perigosa para a nacionalidade brasileira.
- B perigosa para a nacionalidade brasileira, racista e materialista.
- C materialista, perigosa para a nacionalidade brasileira e racista.
- D perigosa para a nacionalidade brasileira, materialista e racista.