Questão 14 do Concurso - UNIFESP (2021)

Cruz na porta da tabacaria!
Quem morreu? O próprio Alves? Dou
Ao diabo o bem-’star que trazia.
Desde ontem a cidade mudou.

Quem era? Ora, era quem eu via.
Todos os dias o via. Estou
Agora sem essa monotonia.
Desde ontem a cidade mudou.

Ele era o dono da tabacaria.
Um ponto de referência de quem sou.
Eu passava ali de noite e de dia.
Desde ontem a cidade mudou.

Meu coração tem pouca alegria,
E isto diz que é morte aquilo onde estou.
Horror fechado da tabacaria!
Desde ontem a cidade mudou.

Mas ao menos a ele alguém o via,
Ele era fixo, eu, o que vou,
Se morrer, não falto, e ninguém diria:
Desde ontem a cidade mudou.

(Obra poética, 1997.)


O eu lírico recorre a um sinal de pontuação para indicar a supressão de um verbo em

  • A “Ao diabo o bem-’star que trazia.” (1a estrofe)
  • B “Todos os dias o via. Estou” (2a estrofe)
  • C Quem era? Ora, era quem eu via.” (2a estrofe)
  • D “Se morrer, não falto, e ninguém diria:” (5a estrofe)
  • E “Ele era fixo, eu, o que vou,” (5a estrofe)