Texto 3
Banzo
Raimundo Correia
Visões que n‟alma o céu do exílio incuba,
Mortais visões! Fuzila o azul infando...
Coleia, basilisco de ouro, ondeando
O Níger... Bramem leões de fulva juba...
Uivam chacais... Ressoa a fera tuba
Dos cafres, pelas grotas retumbando,
E a estralada das árvores, que um bando
De paquidermes colossais derruba...
Como o guaraz nas rubras penas dorme,
Dorme em ninhos de sangue o sol oculto...
Fuma o saibro africano incandescente...
Vai co‟a sombra crescendo o vulto enorme
Do baobá... E cresce n‟alma o vulto
De uma tristeza, imensa, imensamente...
(In: RAMOS, Péricles Eugênio da Silva. Panorama da poesia brasileira. Rio, Civilização Brasileira, 1959, v. III, p. 90-1.)
No poema, os dois vocábulos cujos encontros vocálicos constituem exemplos do fenômeno fonético conhecido como sinérese são:
- A coleia (v. 3) / ondeando (v. 3).
- B ondeando (v. 3) / leões (v. 4).
- C leões (v. 4) / chacais (v. 5).
- D chacais (v. 5) / baobá (v. 13).
- E baobá (v. 13) / coleia (v. 3).