Prova da Prefeitura Municipal de Petrolina - Professor - Língua Portuguesa - Faculdade de Ciências Aplicadas e Sociais de Petrolina (2021) - Questões Comentadas

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A música “Disparada” (Texto 01) foi inscrita no Festival da Record de 1966, e defendida pelo intérprete Jair Rodrigues.
Pode-se inferir da letra que o “eu-lírico”:

  • A Contesta, com seus versos, a alienação por que passa o povo (“boi”), mas não sinaliza para a capacidade de tomada de consciência daqueles que são oprimidos.
  • B Releva indignação com o comportamento das pessoas (“gente é diferente”), uma vez que, ao não se permitirem ser “ferradas”, assumem uma postura alienada acerca da realidade.
  • C Pede licença para cantar “as coisas” que irá “contar: o direito à terra e a viver dela, em uma defesa explícita da reforma agrária.
  • D Assume uma postura crítica da realidade, em uma linguagem metafórica, no combate às opressões e às injustiças sociais, muito bem sintetizada no trecho “num reino que não tem rei”.
  • E Defende a tomada de consciência daqueles tidos como oprimidos em uma sociedade marcada pela exclusão e opressão, mas se percebe incapaz de transformar sua própria condição de “boi” (oprimido / manobrado).

A música “Disparada” (Texto 01), foi inscrita no Festival da Record de 1966, e defendida pelo intérprete Jair Rodrigues. Na letra, o “eu lírico” faz uma comparação entre o comportamento do “boi” e do ser humano (“gente”). Evidencia-se nisso que:

  • A O fato de já ter sido “boi” na “boiada” traduz-se como uma incapacidade de se rebelar, uma vez que está marcado como “boi” (manobrado).
  • B Diferente dos bois, que não se rebelam, as pessoas podem assumir uma postura contestatória e crítica diante da realidade.
  • C Assumir-se “dono de uma boiada” significa ascender socialmente e passar, perenemente, da condição de oprimido à condição de opressor.
  • D Ambos – boi e ser humano – encontram-se em uma situação de absoluta dominação, uma vez que o “laço firme” do “dono da boiada” impede a possibilidade de “boi” e “gente” se rebelarem.
  • E As pessoas oprimidas, para se rebelarem, precisam enfrentar as situações mais adversas, como as vividas pelos “bois” nas boiadas, sendo maltratados e “ferrados”.

No verso “Na boiada já fui boi, mas um dia me montei / Não por um motivo meu, ou de quem comigo houvesse / Que qualquer querer tivesse, porém por necessidade / Do dono de uma boiada cujo vaqueiro morreu”, da canção “Disparada” (Texto 01), o valor semântico das palavras destacadas é, respectivamente, de:

  • A Causa – contraste – finalidade – efeito.
  • B Alternância – oposição – causa – posse.
  • C Explicação – conformidade – oposição – dependência.
  • D Conclusão – oposição – causa – posse.
  • E Alternância – explicação – consequência – independência.

Ao trabalhar, em sala de aula, com a canção/letra “Disparada” (Texto 01), de Geraldo Vandré, o professor de língua portuguesa despertará, no estudante, o interesse por textos de diversas naturezas e usos. Assinale, nas alternativas abaixo, a competência específica de língua portuguesa do ensino fundamental, que melhor se aplica a essa atividade:

  • A Compreender o fenômeno da variação linguística, demonstrando atitude respeitosa diante de variedades linguísticas e rejeitando preconceitos linguísticos.
  • B Mobilizar práticas da cultura digital, diferentes linguagens, mídias e ferramentas digitais para expandir as formas de produzir sentidos (nos processos de compreensão e produção), aprender e refletir sobre o mundo e realizar diferentes projetos autorais.
  • C Envolver-se em práticas de leitura literária que possibilitem o desenvolvimento do senso estético para fruição, valorizando a literatura e outras manifestações artístico-culturais como formas de acesso às dimensões lúdicas, de imaginário e encantamento, reconhecendo o potencial transformador e humanizador da experiência com a literatura.
  • D Selecionar textos e livros para leitura integral, de acordo com objetivos, interesses e projetos pessoais (estudo, formação pessoal, entretenimento, pesquisa, trabalho etc.).
  • E Empregar, nas interações sociais, a variedade e o estilo de linguagem adequados à situação comunicativa, ao(s) interlocutor(es) e ao gênero do discurso/gênero textual.

No processo de escrita, por diversas vezes, os autores recorrem a processos de intertextualidade. Bakhtin afirma em sua obra Estética da criação verbal que “cada enunciado é um elo da cadeia muito complexa de outros enunciados”. Diante desse conceito, julgue os itens a seguir:
I. Há na crônica de Luis Fernando Verissimo uma intertextualidade explícita com a obra Metamorfose de Franz Kafka, embora ocorra uma inversão nos textos; já que – em Kafka – é o ser humano quem se transforma em uma barata. II. Analisando este trecho: “O seu primeiro pensamento humano foi: que vergonha, estou nua!”, pode-se entender um tipo de intertextualidade implícita, ao retomar ao episódio bíblico narrado no livro do Gênesis em que Adão e Eva assim se veem após comerem do fruto da árvore que estava no centro do jardim. III. No seguinte trecho “Conseguiu a muito custo um emprego como faxineira. Sua experiência de barata lhe dava acesso a sujeiras mal suspeitadas. Era uma boa faxineira.”, percebemos uma intertextualidade explícita com o livro “A hora da estrela” de Clarice Lispector, em que Macabea era também uma faxineira, que buscava uma forma de ser “gente”, de ser vista e amada pelas pessoas.
Está(ão) CORRETA(s) a(s) afirmativa(s):

  • A I, II e III.
  • B Apenas I e II.
  • C Apenas I e III.
  • D Apenas II e III.
  • E Apenas II.