ANTUNES (2003) critica as aulas de português na escola que, de modo geral, segundo a autora, estas se dão numa perspectiva nomeadora e classificatória (centrada no reconhecimento das unidades e de suas nomenclaturas). Nessas aulas, prevalece o estudo de frases soltas, descontextualizadas e artificiais, criadas com o fim, apenas, de fazer o aluno reconhecer as unidades gramaticais, suas nomenclaturas e classificações. Para a autora, as aulas de português deveriam ultrapassar o viés estruturalista e ampliar a competência do aluno para o exercício cada vez mais pleno e mais fluente dessas habilidades comunicativas. Assinale a alternativa que apresenta a proposta de Antunes para as aulas de português nas escolas, nas habilidades de falar, ouvir, ler e escrever.
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A Falar (privilegiar os usos mais informais do discurso oral para não desestimular o aluno proveniente de meios iletrados ou pouco letrados); Ouvir textos da esfera da literatura (para internalização de normas do bem falar e escrever); Ler (privilegiar os textos da esfera literária para dialeticamente com o eixo ouvir internalizar as regras da gramática padrão); Escrever (gêneros secundários que requerem um uso formal da língua; Gramática/análise linguística (ensinar a linguagem padrão como um recurso suficiente ao sucesso da interação verbal).
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B Falar (espontaneamente em sala de aula como recurso para o desenvolvimento da oralidade); Ouvir (muitos gêneros orais gravados e a oralização da escrita feita pelo professor para compreender os usos dos turnos de fala); Ler (ler e interpretar textos menos complexos/simples para não romper abruptamente com a variante linguística dos alunos); Escrever (prática constante no semanário do professor de língua portuguesa); Gramática/análise linguística (ensinar as variações linguísticas porque as línguas são fatos sociais, situados num tempo e num espaço concretos, com funções definidas e variam o tempo todo).
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C Falar (privilegiar os usos mais formais do discurso oral para desenvolver no aluno as competências necessárias para uma participação eficiente em eventos de comunicação pública e fazê-lo perceber as diferenças lexicais, sintáticas, discursivas que caracterizam a fala formal e a fala informal); Ouvir (contar histórias; debater, discutir, acerca de temas variados; argumentar (concordando e refutando); emitir opiniões; justificar ou defender opções tomadas; criticar pontos de vista de outros; colher e dar informações etc); Ler (ler e interpretar textos dos diversos gêneros); Escrever (ver toda a atividade de escrita como experiência constante de: Planejamento, Escrita e Reescrita); Gramática/análise linguística (ensinar a linguagem padrão para ser usada, adequadamente, quando a situação comunicativa assim o exigir ).
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D Falar (alternar entre os usos informais e formais do discurso oral, com predomínio do primeiro, para equilibrar a aprendizagem desses dois usos da língua); Ouvir (diversos gêneros orais produzidos em situação real de comunicação para servir de modelos para novas produções pelos alunos); Ler (ler e interpretar textos da esfera literária, jornalística e publicitária para estimular os alunos à produção de textos criativos); Escrever (textos criativos para surpreender o leitor e prender-lhe a atenção); Gramática/análise linguística (ensinar a linguagem padrão para ser usada como recurso necessário para a produção de todas as espécies de gêneros).